Em todos os países, tem sido cada vez mais recorrente falar em ativismo.
Qual a essência dessa perspectiva?
Entende-se aqui, por ativismo, qualquer ação planejada por um indivíduo ou grupo para fazer avançar, no imaginário coletivo, a reflexão transformadora sobre uma pauta. Ir para a praça pública com um jogo colaborativo, ou parar na esquina para conversar com as pessoas sobre um tema, é ativismo – tanto quanto uma manifestação de rua.
Estudos acadêmicos apontam para a eficiência do ativismo exercido com empatia e acolhimento. Quando tomamos a Espiritualidade como base do ativismo, deixamos o espírito belicoso de lado sem abandonar a importância de se doar, sem concessões, para a pauta. Se o objetivo é interferir no imaginário coletivo, o ativismo será mais eficiente ao propagar suas ideias com gentileza e escuta empática.
Além disso, o bom ativista é aquele que se propõe a mudar a si mesmo para transformar o mundo – e não aquele que quer mudar o mundo para ajustá-lo a si mesmo, porque esse é o ativismo sustentado no ego.
“Combata o mal, e não o agente do mal”, disse Gandhi, que chamava seu ativismo de Satyagraha. Para um “satyagrahi”, o agente do mal precisa ser convencido da beleza e pureza de sua pauta. E também precisamos estar abertos a, eventualmente, sermos convencidos pelos nossos adversários de seus argumentos. Nessa conversa, vamos falar sobre o Ativismo Delicado, o Ativismo Espiritual, e tantas outras abordagens de transformação social profunda, promovida a partir do lugar da doçura e da empatia.